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Escolhas...



Ela entra no vagão do metrô
Ela prefere ficar de pé, imóvel
Seus olhos vagam, ela não está ali
O ar-condicionado está gelado, ela arde
Da sua nuca escorre uma gota  preguiçosa
Entra no vão da coluna, descendo pelas costas
Encontrando o cós da calça, se esticando bem fina
A gota não se detém e ultrapassa o elástico da calcinha
Quando a gota passeia no meio da sua divisão, ela estremece
No intenso debate entre a razão e a emoção, o corpo cede
E age independente, nele não há confusão, só desejos
De repente ela se sente nua no meio daquela gente
Sem ter como ocultar o peito aberto até o sexo
Sua estação chega, ela se apressa para sair
E caminha cegamente até sua casa
Sem cumprimentar conhecidos
Sem desejar uma boa noite
Entra rápido no elevador
Avança pelos corredores
Abre a porta depressa
E cai direto na cama
Não para descansar
Tampouco dormir
Cerra os olhos
E cede a ele
Escondida

Entregue
Por uma
Última
Vez
?



Artwork: TA Garcia