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Mostrando postagens de 2016

Lou Andreas Salomé

"Ouse, ouse... ouse tudo!! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda ... a roubá-la! " Lou Andreas Salomé Artwork: Fabrizio Cassetta | Fineartamerica

Neale Donald Walsch

"Lembre-se de que esta sempre se criando, decidindo quem é o que é. Você decide isso em grande parte através das escolhas que faz quanto a quem ou o que desperta a sua paixão."  Neale Donald Walsch Artwork: Gil Dekel

Êxodo

Nem todo sexo tem conexão Às vezes é só ação e reação Mas atinge todos os plexos Mesmo sem qualquer nexo Conexão + Sexo + Plexos + Nexo = Perfeição Equação rara Matemática complexa Ciência precisa e inexata Photo: Agniribe Mada

Pequena Morte

Era um primeiro encontro cheio de informações desconexas, histórias que não se completavam, alegrias tolas, cumplicidades gratuitas. Falaram e riram sem reter nada. A questão era apenas estar perto, poder estar dentro. As afinidades foram tão intensas e combinadas que, por mais de uma vez, ele parou no meio da conversa e a encarou. Em outro momento foi a vez dela. Medo? Surpresa? Ainda não havia respostas e nem tempo para procurá-las. Na despedida — meio desconcertada —, ela foi saindo do carro sem deixar o aval do seu beijo. Ele não deixou: a puxou pelo vestido. Quando ela virou, a expressão grave no rosto dele falou mais do que palavras. Ela então pulou em seu colo, segurou seu rosto, afundou as duas mãos em sua barba, olhou em seus olhos e então deu-lhe um beijo descansado, sem a menor pressa de acabar. Ficaram ali, algum tempo, inertes por fora e aos turbilhões por dentro, até ambos se soltarem com uma  suspirada desafogante. No dia seguinte, um compromisso q

Lição

A vida concede nosso primeiro respiro e retirado nosso último fôlego A vida nos empurra, nos move e nos joga de um lado para o outro  E também nos paralisa quando ficamos perplexos com os fatos A vida corre paralela mas por vezes determina nossos passos Sem se importar com quem somos ou no que acreditamos A vida sempre nos desafia a segurarmos as suas rédeas Para sermos eficientes coautores do nosso destino A vida sem pena nos dá e ao mesmo tempo nos tira Nos afasta de amores, de amigos e de certezas A vida nos bate com realidade e rotinas Nos prende pra aprendermos a  soltar A vida revela que só evoluindo Podemos saber para onde ir A vida nos dá o sopro Nós içamos as velas A vida venta Navegamos Artwork:  Alex Chernigin

Casamentos

As vezes a gente não percebe e desama... As afinidades enfraquecem Os objetivos desafinam A harmonia destoa Dói, resistimos, lutamos e, por fim, acabamos assumindo. Isso se você for honesta com você mesma e com o outro Se for, há sofrimento, mas a vida segue, a amizade fica As vezes a gente tem que desamar... As afinidades são atropeladas Os objetivos massacrados A harmonia detonada Dói, rasga, fere, causa hematomas e, por fim, acabamos fugindo. Isso se você tiver mais amor por você mesma do que pelo outro Se assim for, não fica nada, nem o bom do passado interessa. O ex-amor pode até te chamar de piranha em praça pública Que você simplesmente não liga. Photo: Benoit Courti

Noite inconclusiva

Pela vidraça do McDonald's da Times Square, ela lança um olhar longo pra rua De onde está, observa pessoas zanzarem pela madrugada pós alguma coisa Está no segundo andar, mas parece que esta mais distante, fora dali Alguns caminham sozinhos, devagar, sem linhas retas, errantes Outros riem em grupos; ela não os ouve, mas parecem felizes Outros são um, na verdade dois, apertados por um abraço Ela é um pouco de todos e também não é nada daquilo Por isso, quando ela se perde, adora ir para aquele lugar híbrido, vago Fast food, fast images, fast moments;  um lugar onde nada é retido Aquele anonimato forçado lhe confere uma sensação de conforto Quem é ela, quem são todos, apenas um monte de ninguéns Ela continua olhando pela vidraça, ofuscada pelo neon do letreiro abaixo O excesso de cores e apelos ao redor torna tudo menor e simplificado A poluição de sons e imagens provoca-lhe uma meditação ao inverso Enquanto vestígios dos desejos e das intenções de hora

Jump!

Tempo prévio, fantasia Os segundos se arrastam Irritando a pressa da ansiedade Desejos saem pelas roupas, descosturam As expectativas desafiando a realidade cética A pressão, as impressões, o primeiro encontro E então, será uma confirmação, uma ilusão, um desatino, um nó? Tudo pode surpreender, inclusive para melhor e por que não? O melhor talvez esteja no exato momento do não saber Onde tudo pode ser ou tudo pode ser coisa nenhuma O jogo não é controlar os resultados, é apostar Photo: Nico Stinghe   

Errata

Desculpe, mas você me interpretou mal... Eu não sou uma pessoa de arroubos. Eu sou O arroubo. Photo: Unknown artist

Exit

Você sai quando eu acabei de chegar Você pede a conta quando eu resolvo ficar Você resolve mergulhar quando eu saio do mar Você para de tocar quando eu chego para dançar Você decide começar quando eu já cansei de tentar Você quer me amar quando não quero nem te odiar Você foge correndo quando percebe que vou voltar Você é inexato, abstrato e burro. Photo: Grégoire Clouzeau

Preguiça

Meu coração está deitado ouvindo música Escolhendo uma guloseima na geladeira Lendo um livro com bons capítulos Navegando no computador Meu coração está folheando a agenda Ele está afim de ver filmes sem legendas Sabe que o melhor está além do que é dito Meu coração está no modo avião No lugar de sempre, mas sem acesso Não quer por vestido, batom ou saltos altos . . . Meu coração está descansando. Artwork: Penelope Dullaghan

A Gaivota

Quem nasceu com asas longas Não deve temer deixar a praia Nem voar altas distancias E quando em um voo, avistar um mar aberto Deve se lançar em um mergulho profundo Para experimentar o novo, aventurar-se Porque asas bem usadas levam a uma terra vasta Asas atrofiadas podem ficar travadas e confinar A coragem de voar alto condena ou liberta Uma escolha. Photo: Susie Loucks

Labaredas

O toque da palavra é físico O silêncio vira arroubo A hesitação declara O olhar consome Gotas de suor escorrem preguiçosas A pele se debate entre afogar-se ou sufocar-se Tentando driblar, o corpo tenta escapar aos pedaços Mas cegos, escolhem ir para a mesma direção do fogo            A insistência zomba das dificuldades Nada faz sentido, mas tudo é exato A distância desafia as vontades O tempo é calendário O calendário, datas As datas são metas As metas, desejo O desejo, apenas palavras As palavras são intenções As intenções, o nada . . . Labaredas Artwork: Jorge Torres

Decisão

Arranque a página. Algumas vezes só virar não basta... Photo: “Lesson of History” | Agatha Michowska

Episodio 08

Hesito Só vejo coisas embaçadas à frente Nada tem forma, onde me seguro? Cerro os olhos Da janela a luz entra exagerada Todos os caminhos dão no mesmo lugar, como saio? Respiro fundo O corpo dói, não quer ir a lugar algum Eu não quero ir a lugar nenhum Levanto Faço um acordo com o que está funcionando Vamos seguir em frente Saio A vida ganhou dos meus pedaços Não me rendi Artwork:  Frank Moth

Uma certa prece

Se tiver que pagar pra ver, diga que não costuma blefar Se tiver que apostar, diga que não gosta de jogar Se tiver que experimentar, diga que prefere não gostar Se tiver que se envolver, diga que não é com você Se tiver que ser coerente, diga que confusões acontecem Se tiver que confirmar, diga que certezas não existem Se tiver que dizer sim, diga talvez, quem sabe, vamos ver Se tiver que ficar, diga que não pode se estender Se tiver que insistir, diga que não se comprometeu Se tiver que explicar, diga que nem você entendeu Mas se tiver que rezar, reze! Ou não se ajoelhe. Artwork:  Catrin Welz-Stein